Líbano Calil Diretor de Comunicação
Esta gravura se faz constar em nosso acervo
"THE RAKE'S PROGRESS”
O progresso de um rascador
William Hogarth já estava agora em seu segundo
trabalho, seguro das impressões sobre suas próprias obras e também do prestigio
conquistado com elas. Nesta série de oito gravuras, o autor cobiça o mais alto
grau entre todos os críticos morais, considerando-se os de antes de sua época,
durante e sem prever, também os de hoje.
Descreve com seus personagens até onde os absurdos podem ser medidos, quando
praticados por pessoas pervertidas e de intenções espúrias, principalmente
quando estão perto de se apossarem de grandes somas em dinheiro. Acreditam
piamente que os seus semelhantes não passam de párias, sem imaginar que são os
próprios, lixos e no fim, também trouxas, rodeado de urubus que se aproximaram
para tirarem proveito.
O personagem que protagoniza a suíte era profundamente rasteiro, imoral e sem
limites, Tom Rakewell, um pozinho de arroz, mimo era seu alvo cego, adorava
gastança, vida promíscua e bebedeira. Esse benzinho aí havia se transferido
para a Universidade de Oxford, provavelmente por lá só soube se exibir, na hora
de estudar, seus livros pareciam os trogloditas que o engoliriam. Tanto assim
que logo após a morte de seu pai, rico comerciante, o peste volta imediatamente
para fazer a coleta covarde. Sem dúvida chegara a hora da festança.
Não perdeu tempo em nada, rejeitou sua noiva grávida, Sara que aparece na cena
impressa primorosamente, soluçando, segurando um lenço e o anel de noivado,
abatida e sem esperança ficou somente com o apoio de sua mãe nervosa com a
hipocrisia do ex-noivo. Suas cartas de amor falso ficam para a ex sogra e para
a noiva perdida.
As moedas que Tom segura são uma tentativa de livrar-se das duas e sua culpa de
forma barata.
O Senhor Imoral, esse Tom de coisa nenhuma, representava uma mentalidade já bem
disseminada em Londres de século XVIII. Não está o personagem como um único mau
caráter, a epidemia deste tipo de gente estava por toda a Inglaterra e pelo
mundo também, lógico! Era um final de período, processo histórico e do próprio
Barroco. Precedia a Revolução Francesa e não era a toa.
Essa suite de Hogarth é muito importante, pois inspirou a Igor Stravinski na
composição da ópera, para balé, com esse mesmo título.
Inspirou também: Frank Launder, Sidney Gilliat e Val Valentina a escreverem o
texto para o filme, que mais tarde se intitulou "Notorius Gentleman",
dirigido por Sidney Gilliat e produzido pelos dois autores.
Impressão feita em Londres em 1837, sobre papel forte e com a placa restaurada
por James Heath, o gravador da corte real britânica, por ordem do Rei Jorge III.
Lembramos, contudo que houve, com as mesmas placas, outra edição datada de
1888.
Hogarth narra em suas obras e com enorme carga de pistas, para que seus
expectadores possam decodificar o que pretende simbolizar com seu discurso de
autor. Eterno, por sinal!
Essas impressões atingem altas cifras em leilões europeus, por serem
consideradas raríssimas. Até hoje e em cópias atuais elas são estimadas pelos
colecionadores.
A gravura hora exibida consta do Catálogo Hogarth Zurich de 1983.
Este exemplar está com suas margens integras e medem no total 48 x 63 cm.
A conservação é boa e pode até surpreender o a
expectador, justamente pelo tempo de sua existência. As margens completas estão
restauradas.
texto de Líbano Montesanti Calil Atallah
Obs: Esta suíte magnifica é de propriedade da
GRAVURAS ANTIGAS GALLERY, associada a este canal.
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Líbano Montesanti Calil Atallah